3 de jun. de 2014

Abandonei a militância mas continuo apaixonado por Júnior Souza

Abandonei a militância mas continuo apaixonado.
Ultimamente percebi que estou com pouca paciência para as militâncias nas redes sociais. Seus intermináveis discursos polarizados, que sempre elegem um vilão que incorpora a plenitude do mal e uma outra pessoa ou entidade que é perfeita, sempre bem intencionada, santa e incorruptível.
Este retrato vai criando “moedas” que sempre têm dois lados. Seja no confronto partidário do ator José de Abreu com o roqueiro Roger, nas discussões de nível questionável entre o pastor Malafaia e o deputado Jean Willis, ou ainda no eterno confronto entre Calvinistas e Arminianos.
Será que as coisas são somente assim como eles pintam? Será que é necessário lançar mão das estratégias da retórica para sempre “ganhar”essas discussões? Será que é possível ser apaixonado por alguma dessas causas e ainda assim manter um senso crítico honesto sobre a presença de imperfeições em todas essas ideologias?
Continuo apaixonado por vários ideais e causas, mas cada vez mais estou me retirando dessas discussões. Perdi o interesse de ganhar essas batalhas verbais que inflariam ainda mais meu ego.
Continuo sendo capaz de explicar porque creio nas coisas que creio, tenho prazer em falar sobre essas convicções. Me emociono sempre que leio a história de um negociante de pérolas que ao encontrar uma pérola de extremo valor, vende tudo o que tem para conquistar aquela “uma” pérola mais valorosa que todas. Eu encontrei o Reino de Deus, estou satisfeito com isso. Também encontrei a capacidade e a possibilidade de perder algumas discussões em favor de manter um relacionamento aberto com meu “rival” ideológico.
Viva o debate que não busca o abate do rival. Viva a possibilidade sermos e pensarmos diferentes. Viva a liberdade de termos convicções que não precisam se transformar em campos de batalha onde normalmente o bom senso vai sangrar.
Junior Souza